Milícias bolsonaristas são enquadradas pelo Ministério Público do DF

No sábado, durante o dia, militantes protofascistas tentaram invadir o Congresso e, na madrugada de domingo, “bombardearam” o STF com fogos de artíficios, simulando um ataque de guerra. As duas ações foram acompanhadas de gritos — “Acabou, porra!” — repetindo Bolsonaro, e pedidos de “intervenção militar”

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Grupo 30(0) do Brasil simula bombardeio ao STF, em Brasília.  Reprodução

O Ministério Público do Distrito Federal acionou a Justiça para que o acampamento do grupo “Os 300 do Brasil”,  composto de militantes governistas instalados em Brasília, seja alvo de busca e apreensão, segundo informação do site Consultor Jurídico (Conjur), neste domingo, 14.  Na denúncia, de acordo com o Conjur, o MP classifica o grupo como uma milícia e cita a declaração da líder do bando, Sara Winter, segundo a qual existem integrantes com armas de fogo no local.

Na peça, o MP-DF alerta declarações públicas sobre porte de armas dentro do acampamento feitas por sites associados e por lideranças do grupo. São citados sites como “Você não é mais um militante, você é um militar…”; “Traga o que você levaria para uma guerra na selva. Te esperamos para a guerra!”; “Vista roupa adequada para um treinamento físico de combate!”, entre outros. Isso evidencia, segundo o MP,  a existência de uma organização paramilitar.



Neste final de semana, Sara Winter e seu grupo “300 do Brasil), que não reúne mais do 30 pessoas, promoveu novas provocações em Brasília contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, durante dia, tentaram invadir o Congresso Nacional e, na madrugada de domingo, “bombarderam” o STF com fogos de artíficos, simulando um ataque de guerra. As duas ações foram acompanhadas de gripos “Acabou, porra!, repetindo Bolsonaro, e pedidos de “intervenção militar, com Bolsonaro no poder”.

Alvo de inquérito no STF, Sara Winter, vem desafiando as autoridades supremas do país, em ações midiáticas cada vez mais ousadas. Na madrugada de 31 de maio, em Brasília, ela e seu grupo desfilaram com túnicas, tochas e cantorias defendendo o “fechamento do STF”. No mesmo final de semana, em São Paulo, o instrutor de tiros e táticas militares, Alex Silva, 46, que vive na Ucrânia, foi identificado portando bandeira do Pravy Sektor, grupo de extrema direita de origem ucraniana.

“Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”, diz trecho do documento.

Ao finalizar a ação, o MP elenca uma série de pedidos como o encaminhamento de infratores das medidas de proibição de aglomeração à delegacia de polícia e a desmobilização do acampamento bolsonarista. No sábado pela manhã, o acampamento do grupo miliciano foi retirado da Esplanada dos Ministério por determinação do Governo do GDF. No domingo, em Brasília, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou do manifestação de um reduzido grupo de ativistas bolsonaristas.


Quem é Sara Winter

Alvo do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF),  Sara Fernanda Giromini, construiu uma história que expõe o seu papel no enredo nazi-fascista em curso. “Fui treinada na Ucrânia e digo: chegou a hora de ucranizar!”, disse Winter em seu Twitter, deixando claro seus objetivos. “Ucranizar”, no caso, é promover eventos violentos, a exemplo do que ocorreu na Ucrânia, em 2013.

Falastrona, ela também não esconde a origem de sua ideologia. O “nome de guerra” é inspirado em Sarah Winter Downville Taylor, espiã de Hitler e integrante da união de fascistas britânicos. A simpatia pela Ucrânia e pelo grupo extremista Pravy Sektor é o elo com as milicias tradicionais que operam no universo bolsonarista.




Partido dos Trabalhadores

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