Subprocurador aponta “parceria público privada” para beneficiar Bolsonaro; até agora, inquérito no STF cita apenas dinheiro de empresários
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Organograma do Twitter do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos ao lado de Carlos Bolsonaro (Montagem) |
Por Ricardo Ribeiro
O “gabinete do ódio”, estrutura do Palácio do Planalto responsável por fazer ataques nas redes sociais a críticos do presidente Jair Bolsonaro, entrou na mira do Tribunal de Contas da União (TCU).
O subprocurador Lucas Furtado ingressou com uma representação para que o TCU analise se a ação do grupo de servidores é financiada por recursos públicos. Na representação, o procurador classificou o “gabinete do ódio” como uma Parceria Público Privada (PPP), que funciona com o aporte de recursos públicos e de empresas.
O “gabinete do ódio” também é um dos alvos do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a disseminação de fake news, de ataques à Corte e de mensagens antidemocráticas. O inquérito do STF investiga ainda blogueiros bolsonaristas, parlamentares do PSL e assessores, que estariam associados a essa atuação do grupo.
Segundo apuração do jornal o Estado de S.Paulo, o “gabinete do ódio” está instalado dentro da estrutura do gabinete do presidente Jair Bolsonaro e incluiria 23 servidores.
No despacho em que pediu busca e apreensão em endereços de blogueiros e youtubers esta semana, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, classificou o “gabinete do ódio” como uma “associação criminosa”, que receberia dinheiro de empresários. Nenhum servidor do Planalto, contudo, foi alvo. O grupo é investigado ainda pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News no Congresso.
Revista Fórum