Bolsonaro optou pelo caminho da maquiagem eleitoreira ao mudar nome do Bolsa Família, diz Mello Franco

“A mudança tem um objetivo claro: Bolsonaro quer se apropriar de uma vitrine associada à oposição", afirma o jornalista Bernardo Mello Franco

(Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)
(Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)


247 - O jornalista Bernardo Mello Franco destaca, em sua coluna no jornal O Globo, que Jair Bolsonaro passou de um crítico feroz a um defensor do programa Bolsa Família, criado no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Agora ele pretende rebatizar o programa. O novo nome será Renda Brasil”, diz Mello Franco. “A mudança tem um objetivo claro: Bolsonaro quer se apropriar de uma vitrine associada à oposição. Ele poderia fazer isso se melhorasse o programa e ampliasse o número de beneficiários. Preferiu o caminho fácil da maquiagem eleitoreira”, afirma.

“Os últimos meses ensinaram ao governo que socorrer os pobres não é só uma ação humanitária. Graças ao auxílio emergencial de R$ 600, Bolsonaro recuperou popularidade na base da pirâmide social. Isso compensou parte de sua queda na classe média, irritada com o descaso federal pela pandemia”, avalia.

“Guedes revelou que o coronavírus teve outra utilidade. “Aprendemos que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis”, disse, referindo-se às pessoas que se cadastraram para receber o auxílio. Aos 70 anos, o economista parece ter descoberto a existência dos pobres. Mesmo assim, o governo ainda é traído por seus instintos”, acrescenta.

“Na quinta passada, o Ministério da Economia transferiu R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para a Secretaria de Comunicação. A verba social seria torrada em propaganda. Ontem a pasta foi obrigada a voltar atrás. Não pelo absurdo da ideia, mas para evitar problemas com o Ministério Público e o TCU”, finaliza Mello Franco.



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