Deputado ex-PM que quebrou a placa de Marielle promete “guerra” depois de ser alvo de ação da PF

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“O inquérito que o Alexandre Torquemada de Moraes diz que é para apurar atos antidemocráticos, na verdade significa inquérito sobre aquilo que ele não gosta”, escreveu hoje o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) depois de ser alvo de operação da Polícia Federal.

O deputado ficou famoso por quebrar uma placa de rua com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco (Psol-RJ) ao lado do candidato Wilson Witzel, que corre o risco de ser cassado por corrupação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.


Silveira disse no twitter que permaneceu calado na sede da PF, chamou Alexandre de Moraes de Torquemada e concluiu, sobre o inquérito que o ministro do STF comanda: “Uma batalha que travarei da mesma forma que as outras: armado com a verdade, e com ela, a vitória é certa. Portanto amigos, fiquem tranquilos. Aos inimigos: minha zona de conforto é a guerra!”

Sobre as manifestações contra o governo Jair Bolsonaro, o deputado havia dito recentemente que está torcendo para ver um antifascista baleado e que gostaria de ser o “sortudo” a descarregar sua arma num deles.


A PF fez busca e apreensão em 21 endereços em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.

Dois integrantes da Aliança pelo Brasil, o marqueteiro Sergio Lima e o advogado Luís Felipe Belmonte, estão entre os alvos. O blogueiro Allan dos Santos e o empresário Otávio Fakhoury foram revisitados.

Fakhoury escreveu recentemente em uma rede social que não concorda com a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que vem sendo alvo de especulações.

Weintraub já se referiu duas vezes aos ministros do STF como “vagabundos”, que mandaria prender — uma delas na presença de integrantes do acampamento 300 do Brasil, a milícia bolsonarista que se instalou em Brasília para atacar o Congresso e o STF.

Weintraub visitou integrantes da milícia depois que o acampamento foi desbaratado pela Polícia Militar do Distrito Federal.

A líder do grupo, Sara Winter, teve a prisão provisória decretada sob a alegação de que poderia atrapalhar investigações.


Em São Paulo as buscas da PF foram na Novo Brasil Empreendimentos Digitais e na Inclutech Tecnologia da Informação.

A primeira empresa pertence a Ernani Fernandes e Thais Raposo Chaves e recebeu R$ 24 mil em dinheiro público da cota parlamentar do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), supostamente para promovê-lo.

Ela publica o site Folha Política, acusado de disseminar fake news.

O Facebook já eliminou 68 páginas indiretamente ligadas à empresa.

A Inclutech, por sua vez, pertence ao marqueteiro Sérgio Lima, da Aliança pelo Brasil, e a seu sócio Walter Scigliano.

Ela tem como clientes apoiadores do presidente Bolsonaro e também foi financiada com dinheiro público de cotas parlamentares.

Dentre os clientes da empresa, aparecem a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e os colegas General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR).


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