Bolsonaro anuncia pastor Milton Ribeiro como ministro da Educação

Nomeação é publicada no Diário Oficial da União. Ribeiro tem ligação com a Universidade Mackenzie e é pastor reverendo da Igreja Presbiteriana. Ele será o quarto ministro a comandar o MEC em um ano e meio de governo.



O presidente Jair Bolsonaro escolheu o pastor da Igreja Presbiteriana Milton Ribeiro para assumir o comando do Ministério da Educação. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira (10/07).

Ribeiro é vice-presidente do conselho deliberativo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, da qual foi vice-reitor. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República, tendo sido nomeado por Bolsonaro.

O pastor foi o primeiro indicado pelo presidente para integrar o colegiado, que tem a função de investigar ministros e funcionários do governo. Seu mandato termina em 2022, mas ele deverá abdicar do posto para assumir o comando do MEC.

Segundo seu currículo Lattes, Ribeiro tem graduação em Teologia e em Direito, mestrado em Direito pelo Mackenzie e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Ele ainda é pastor reverendo na Igreja Presbiteriana de Santos, no litoral de São Paulo.

Fontes citadas pela imprensa brasileira afirmam que o nome de Ribeiro foi levado a Bolsonaro pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Jorge de Oliveira.

O presidente teria sondado evangélicos para o cargo, incluindo Ribeiro, após pressão desse grupo religioso. A ala ideológica do governo também vinha cobrando um nome conservador para assumir a pasta. Em declarações recentes, o mandatário afirmou que estava buscando alguém de perfil "conciliador" para a função.

Em um ano e meio de governo, Ribeiro será o quarto ministro da Educação de Bolsonaro, depois de Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Decotelli, que teve uma passagem relâmpago pelo MEC e nem chegou a tomar posse no cargo.

Decotelli entregou sua carta de demissão em 30 de junho, apenas cinco dias depois de ser nomeado para o posto e após uma série de polêmicas sobre títulos acadêmicos que dizia possuir, mas que acabaram sendo desmentidos por instituições de ensino mencionadas em seu currículo. Ele também foi acusado de plágio em sua dissertação de mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em seguida, Bolsonaro convidou o atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para assumir a pasta. Feder era considerado de perfil técnico e um nome bem visto pelo chamado Centrão, novos aliados do governo.

A escolha, contudo, desagradou os setores mais radicais do bolsonarismo, especialmente os ligados ao guru ultraconservador Olavo de Carvalho, que exerce forte influência sobre os filhos do presidente. Esses grupos veem o MEC como um palco para uma "guerra cultural" contra a esquerda e não querem que a pasta seja ocupada por alguém que não compartilha dessa agenda extremista. O nome também não havia agradado políticos evangélicos que apoiam o presidente.

Após sofrer uma série de ataques nas redes sociais, Feder acabou recusando o convite de Bolsonaro no último domingo, 5 de julho, deixando novamente o posto em aberto.

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