Bolsonaro exonera responsável por vigiar avanço da desflorestação na Amazónia

Depois do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais tornar públicos os dados sobre a evolução da desflorestação na Amazónia, que atingiu novos máximos, Bolsonaro exonerou a sua coordenadora-geral.


(Foto Victor Moriyama Greenpeace)
Imagem aérea de queimadas na Área de Proteção Ambiental Jamanxim na cidade de Novo Progresso, Estado do Pará. (Foto Victor Moriyama Greenpeace)

No passado dia 9 de julho, o departamento Observação da Terra do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, publicou os dados com a evolução da desflorestação da Amazónia. Esta segunda-feira, Bolsonaro exonerou a coordenadora-geral, Lubina Vinhas.

Os mais recentes dados do INPE confirmaram mais uma vez que o avanço da desflorestação da Amazónia continua a crescer, batendo todos os recordes de destruição da floresta há catorze meses consecutivos.

O mês de junho de 2020 registou o maior número de quilómetros quadrados destruídos num único mês, tendo crescido 10% em relação ao mesmo mês de 2019. No início de julho de 2020, o INPE registou o maior número de queimadas em 13 anos, bem como 2.248 focos de incêndio por toda a floresta.

Segundo a agência Deutsche Welle Brasil, quando considerados os seis primeiros meses de 2020, a desflorestação aumentou 25% em relação ao mesmo período do ano passado, para 3.069 quilómetros quadrados.

Após a exoneração de Vinhas, o secretário-executivo da rede Observatório do Clima, Marcio Astrini, alertou para a tentativa de intervenção de Bolsonaro no INPE. "Não é segredo para ninguém desde o ano passado que o governo deseja intervir no Inpe. A demissão ruidosa de Ricardo Galvão impediu isso, mas a exoneração de Lubia Vinhas pode ser um indicativo de que o plano nunca foi abandonado. Que isso ocorra em plena aceleração do desmatamento, quando o governo precisa conter ameaças de desinvestimento, é sinal de que Bolsonaro parece estar tratando as preocupações do agronegócio e dos investidores como trata as dos brasileiros aterrorizados pelo coronavírus", disse Marcio Astrini, em comunicado citado pela agência Deutsche Welle Brasil.

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