Como a maior parte das doenças respiratórias se manifestam no segundo semestre, há possibilidade de que a subnotificação seja maior ainda.
Por Luis NassifO caminho são os números de óbitos do país. No Registro Civil, há duas planilhas. A primeira, com dados totais de 2019, a outra com dados de 2020 até 7 de julho, subdivididos por tipos de doença, locais do óbito, sexo e idade.
As contas que fiz foram as seguintes:
Inicialmente montei as colunas de 2019 e 2020 sem os dados de Covid-19 – que só aparecem em 2020.
Depois, calculei o percentual de cada tipo de doença.
Finalmente, apliquei os percentuais de 2019 nos dados de 2020. A diferença corresponderia à sub ou supernotificação.
Dado relevante é o da SVRAD (doenças respiratórias).
Em 2019 foram 1.470 casos, ou 0,13% dos óbitos. Em 2020, saltou para 9.487 casos, ou 1,69% do total sem Covid. Se fosse aplicado o mesmo percentual de 2019, seriam apenas 721 casos. A diferença, de 8.766 casos, pode ser considerada subnotificação, já que não há sinais de outro tipo de doença respiratória em crescimento.
Como a maior parte das doenças respiratórias se manifestam no segundo semestre, há possibilidade de que a subnotificação seja maior ainda.
Efetuando os mesmos cálculos, percebe-se um redução no percentual de pneumonia, de cerca de 14.651 casos, mas provavelmente atrelado à sazonalidade.
Em relação a insuficiência respiratória, a diferença é de 999 casos. E, nas causas indeterminadas, a diferença é de 1.164 casos.
GGN