Quem vai parar o “Dops de Bolsonaro”?, Por Fernando Brito

Rubens Valente, em sua coluna no UOL, dá a partida no esclarecimento do que está fadado a ser um dos maiores escândalos do governo Bolsonaro, com direito a respingar sobre o ex-ministro Sergio Moro, com a ciência de que se formou, no ministério da Justiça, uma polícia política destinada a espionar pessoas por “crimes de opinião”, um “Dops bolsonarista“, com um grupo de arapongas montado para espionar opositores políticos do atual presidente.

Ele aponta que, no decreto com que Jair Bolsonaro e Sérgio Moro reestruturaram o Ministério, deu-se à Secretaria de Operações Integradas o poder de “estimular e induzir a investigação de infrações penais, de maneira integrada e uniforme com as policias federal e civis” que, todos pensaram, seria uma espécie de coordenação entre polícias estaduais e federais, como acontecia antes. Moro chegou a anunciar que ela agiria contra as ações do crime organizado de dentro dos presídios.

Entretanto, aponta Valente, logo após o sr. Jair Bolsonaro ter chamado os que se declaravam “antifascistas”de “marginais e terroristas” , a Siopi passou a agir como se fosse ela própria um órgão policial, fazendo investigações sobre servidores públicos e professores, usando para isso órgãos das polícias federais e estaduais, para o que não tem poder.

É evidente que isso irá parar no Supremo Tribunal Federal e o desfecho é óbvio: a anulação de todos os procedimentos e a responsabilização de quem os determinou.

E, neste caso, o bode expiatório possível é o próprio Ministro André Mendonça, que com isso lançará fora suas chances de tornar-se o ministro terrivelmente evangélico do STF. Vai purgar as culpas do verdadeiro mandante: Jair Messias Bolsonaro.

Não será o único, outros virão, nem todos de paletó e gravata.


Tijolaço

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