PANDEMIA
São Paulo – A subnotificação relativa ao registro de mortes causadas pela covid-19 no Brasil é grave. E o número real pode ser 27% maior do que o divulgado pelo Ministério da Saúde e já ter superado as 108 mil mortes ainda no início de julho. Oficialmente, são 85.238 óbitos causados pela covid-19 até esta sexta-feira (24). Mas, segundo o Boletim Epidemiológico Especial da pasta, divulgado no último dia 19, o país registrou 105.129 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no primeiro semestre, das quais 35.555 não tiveram o agente causador identificado.
Pelos registros de óbitos por problemas respiratórios no país, a proporção de casos de Srag cujo agente causador era o coronavírus fica entre 60% e 70% do total ocorrido este ano. Com isso, das 35.555 mortes que não tiveram o agente causador identificado, pode-se projetar que cerca de 23 mil tenham sido causadas pela covid-19. O que elevaria as mortes ocorridas no país para mais de 108 mil.
Em relação aos casos de Srag que exigiram internação das pessoas doentes, houve 207.244 casos cujo agente não foi identificado, no primeiro semestre. Tomando a mesma proporção – 65% do total para covid-19 –, é possível que haja mais 134 mil casos de coronavírus no país. O que elevaria o total atual de 2,34 para cerca de 2,47 milhões de casos.
Além disso, os dados de mortes por Srag do primeiro semestre revelam aumento de 2.028%, em relação a 2019. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de dezembro de 2019 mostra que houve 4.939 mortes por Srag naquele ano. Até o início de julho deste ano, são 105.129, o que é mais um indicador da dimensão da subnotificação de mortes pela covid-19 no país.
Em relação ao número de casos, foram registradas 39.190 internações por Srag até dezembro de 2019. Até este mês, já são 404.137. Um aumento de 931%. Esses dados, no entanto, são preliminares e ainda podem sofrer alterações.
Considerando a mesma proporção de 65% dos casos de SRAG serem causados pelo coronavírus, São Paulo pode haver mais 8.173 mortes não registradas, chegando-se a 29.379. E mais 45.946 casos.
Segundo avaliação da Rede Análise Covid-19, a cidade de São Paulo deveria ter notificado 1,7 vezes o número de óbitos pela covid-19 do que o número oficial registrado pelo Ministério da Saúde. Como exemplo, no último dia 11 haveria 13.654 óbitos, ante os 8.176 notificados.
Rede Brasil Atual
Dados do Ministério da Saúde indicam que o país teve, pelo menos, 35.555 mortes por síndrome respiratória que não tiveram a causa esclarecida
Por Rodrigo Gomes, da RBAO comparativo do número de casos de SRAG que necessitaram hospitalização entre 2019 e 2020 é assustador reprodução |
São Paulo – A subnotificação relativa ao registro de mortes causadas pela covid-19 no Brasil é grave. E o número real pode ser 27% maior do que o divulgado pelo Ministério da Saúde e já ter superado as 108 mil mortes ainda no início de julho. Oficialmente, são 85.238 óbitos causados pela covid-19 até esta sexta-feira (24). Mas, segundo o Boletim Epidemiológico Especial da pasta, divulgado no último dia 19, o país registrou 105.129 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no primeiro semestre, das quais 35.555 não tiveram o agente causador identificado.
Pelos registros de óbitos por problemas respiratórios no país, a proporção de casos de Srag cujo agente causador era o coronavírus fica entre 60% e 70% do total ocorrido este ano. Com isso, das 35.555 mortes que não tiveram o agente causador identificado, pode-se projetar que cerca de 23 mil tenham sido causadas pela covid-19. O que elevaria as mortes ocorridas no país para mais de 108 mil.
Em relação aos casos de Srag que exigiram internação das pessoas doentes, houve 207.244 casos cujo agente não foi identificado, no primeiro semestre. Tomando a mesma proporção – 65% do total para covid-19 –, é possível que haja mais 134 mil casos de coronavírus no país. O que elevaria o total atual de 2,34 para cerca de 2,47 milhões de casos.
Além disso, os dados de mortes por Srag do primeiro semestre revelam aumento de 2.028%, em relação a 2019. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de dezembro de 2019 mostra que houve 4.939 mortes por Srag naquele ano. Até o início de julho deste ano, são 105.129, o que é mais um indicador da dimensão da subnotificação de mortes pela covid-19 no país.
Em relação ao número de casos, foram registradas 39.190 internações por Srag até dezembro de 2019. Até este mês, já são 404.137. Um aumento de 931%. Esses dados, no entanto, são preliminares e ainda podem sofrer alterações.
São Paulo
O impacto das mortes por Srag cujo agente causador não foi identificado também é alto em São Paulo. O estado registra 463.218 casos confirmados de covid-19, com 21.206 mortes. Mas os dados do Ministério da Saúde mostram que houve 72.225 casos de SRAG não identificada entre os paulistas, além de 12.574 mortes na mesma situação.Considerando a mesma proporção de 65% dos casos de SRAG serem causados pelo coronavírus, São Paulo pode haver mais 8.173 mortes não registradas, chegando-se a 29.379. E mais 45.946 casos.
Capital paulista
O boletim do Ministério da Saúde não indica os dados registrados pelos municípios. No entanto, dados da Secretaria da Saúde da capital paulista também mostram um expressivo aumento dos casos de Srag. Enquanto, em 2019, foram 2.538 casos, com 235 mortes, apenas no primeiro semestre foram 22.854 casos e 7.227 óbitos. Cerca de 800% mais casos e 2.975% mais mortes.Segundo avaliação da Rede Análise Covid-19, a cidade de São Paulo deveria ter notificado 1,7 vezes o número de óbitos pela covid-19 do que o número oficial registrado pelo Ministério da Saúde. Como exemplo, no último dia 11 haveria 13.654 óbitos, ante os 8.176 notificados.
Rede Brasil Atual
Tags
- Rede Brasil Atual
coronavírus
Coronavírus No Brasil
Covid-19
pandemia
Saúde
síndrome respiratória aguda grave
srag
Subnotificação