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O advogado Rodrigo Tacla Durán, cuja deportação para o Brasil foi negada pela Espanha, poderá ter a chance de provar oficialmente suas denúncias contra a Operação Lava Jato.
De acordo com o advogado, que serviu à Odebrecht, a Operação comandada pelo juiz Sergio Moro em Curitiba foi envolta numa “fábrica de delações” e um dos integrantes seria o amigo pessoal de Moro, Carlos Zucolotto Júnior.
Tacla Durán acusa Zucolotto de ter pedido U$ 5 milhões em troca de proteção.
Ele também alertou para a possível adulteração de provas usadas contra alvos da Lava Jato.
De acordo com o diário conservador carioca O Globo, Tacla Durán teria iniciado há três meses tratativas com o atual procurador-geral da Justiça, Augusto Aras, para fazer delação premiada.
Um acordo preliminar já teria sido assinado.
O ex-ministro Sergio Moro reagiu:
Sobre a matéria “Aras retoma delação que atinge amigo de Moro”, publicada no Jornal O Globo, nesta quarta-feira 03/06/2020, venho informar que:
Os relatos de Rodrigo Tacla Duran sobre a suposta extorsão que teria sofrido na Operação Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal, Carlos Zucolotto Júnior, já foram investigados na Procuradoria-Geral da República e foram arquivados em 27/09/2018, com parecer do então Vice-Procurador-Geral da República (Notícia de fato 1.00.000.010357/2018-88).
Na ocasião, o relato não verdadeiro prestado por acusado foragido do país teve o destino apropriado: o arquivamento.
Como sempre frisei, ninguém está acima da lei, por tal razão, disponho-me a prestar qualquer esclarecimento que se vislumbre necessário sobre os fatos acima.
Contudo, causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro.
Lamento, outrossim, que mais uma vez o nome de um amigo seja utilizado indevidamente para atacar a mim e o trabalho feito na Operação Lava Jato, uma das maiores ações anticorrupção já realizadas no Brasil.
Curitiba, 03 de junho de 2020.
Sergio Fernando Moro
Viomundo