Reitor desmente que novo ministro da Educação do Brasil tem título de doutor em Rosário

©Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Novo ministro da Educação, Carlos Decotelli  ©Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, desmentiu informação de que o novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, tem título de doutor pela instituição. 


Ao anunciar o novo chefe da pasta, o presidente Jair Bolsonaro publicou em redes sociais um pequeno currículo de Decotelli, segundo o qual ele seria doutor pela instituição argentina.

O próprio ministro chegou a divulgar em seu Twitter a postagem do presidente, mas depois a publicação foi apagada. O perfil de Decotelli foi aberto em junho de 2020 e, até a tarde desta sexta-feira (26), não tinha nenhuma postagem.

Segundo Franco Bartolacci, reitor da universidade argentina, Decotelli "não obteve nenhuma titulação de doutor".


​Nos vemos na necessidade de esclarecer que Carlos Alberto Decotelli da Silva não obteve nenhuma titulação de doutor na Universidade Rosário mencionada nesta comunicação

Em resposta à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o reitor da Universidade Nacional de Rosário disse que o ministro "cursou o doutorado, mas não finalizou, portanto não completou os requisitos exigidos para obter a titulação de doutor".

De acordo com o jornal, o Ministério da Educação manteve a informação de que o novo chefe da pasta possui o título, mas disse que consultaria Decotelli sobre o caso.

Em seu currículo na plataforma lattes, o ministro informa que fez o curso em Rosário entre 2007 e 2009, no qual apresentou o trabalho "Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja".

Ministro é militar da reserva

Decotteli, primeiro negro a assumir cargo de ministro no governo Bolsonaro, é oficial da reserva da Marinha e lecionou em cursos militares. Ele também presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Sua nomeação foi vista como forma de agradar o núcleo militar do governo e apaziguar os ânimos após a conturbada passagem de Abraham Weintraub pela pasta.


Sputnik Brasil

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