Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
Aqueles que impedem a produção, o comércio e a circulação de mercadorias serão responsabilizados pela depressão econômica que estão causando. Não se pode resolver um problema criando outro ainda maior. Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, em entrevista publicada no dia
Foram quase duas horas de reunião.
Houve críticas a oposicionistas, apelos do presidente Jair Bolsonaro por informação, ofensa aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mas Jair Bolsonaro não falou em medidas para o combate à pandemia — a não ser nas críticas a prefeitos e governadores, que a ministra Damares Alves ameaçou mandar prender, por causa de medidas de isolamento social.
Bolsonaro chamou o governador paulista João Doria de “bosta”, o carioca Wilson Witzel de “estrume” e fez ilações sobre a vida pessoal do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
Além do próprio ministro da Saúde Nelson Teich, já demitido, dos números da pandemia só falou o presidente do Banco do Brasil, praticamente na última frase do encontro (ver o último minuto do vídeo acima).
Depois de afirmar que o BB está pronto para ser privatizado, Rubem Novaes afirmou que estava acompanhando os números de óbitos da pandemia, que àquela altura — 22 de abril — eram cerca de 200 por dia.
“De uns quatro ou cinco dias para cá”, disse Rubem, o número estava em queda.
“A minha sensação é de que o tal do pico já passou”, afirmou ele.
Um retrato escancarado do negacionismo do governo Bolsonaro.
Nesta sexta-feira, 22 de maio, o Brasil registrou 1.001 mortes por coronavírus, totalizando 21.048.
No dia 22 de abril o Brasil tinha registrado 2.924 mortes, com cerca de 46 mil casos.
Hoje o Brasil já tem o segundo maior número de casos do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos: mais de 330 mil, sem contar a subnotificação.
Ou seja, desde que o presidente do BB fez sua “previsão”, as mortes diárias por coronavírus quase quintuplicaram e a taxa diária de novos casos tem se mantido próxima dos 20 mil, com a curva em ascensão.
Viomundo