Com informações do correspondente da RFI em Houston, Thomas Harms
Mas não se pode esquecer que este ano de 2020 é particular. A crise do coronavírus impôs mudanças profundas na campanha eleitoral, impedindo a realização dos tradicionais comícios presenciais.
Resultados contestados?
A epidemia de Covid-19 também incita os eleitores a preferir o voto pelo correio, uma prática que é rejeitada categoricamente por Donald Trump. Segundo o presidente americano, o voto a distância é uma porta aberta às fraudes em massa. Já os democratas temem possíveis ingerências estrangeiras, principalmente da Rússia, China e Irã.
A 100 dias da votação, um número cada vez maior de analistas fala em provável contestação do resultado. Há uma semana, em uma entrevista ao canal Fox News, Trump continuou a alimentar um clima de dúvida ao afirmar que somente em 3 de novembro, após a apuração dos votos, ele dirá se aceita o resultado das urnas. O bilionário republicano, em desvantagem em todas as pesquisas, teme uma derrota humilhante. Se as sondagens se confirmarem nas urnas, Trump será o primeiro presidente eleito para um único mandato em um quarto de século nos Estados Unidos.
País dividido
A eleição presidencial de 3 de novembro se anuncia extraordinariamente tensa. O país está dividido, inquieto e fragilizado pela pandemia que já deixou mais de 140.000. O ocupante da Casa Branca é muito criticado pela gestão da crise, que teria provocado a queda de sua popularidade. Uma pesquisa da ABC News aponta que dois terços dos americanos desaprovam a reação do presidente ao coronavírus.
No campo de batalha, Donald Trump, de 74 anos, garante que Joe Biden, de 77, é “uma marionete” da esquerda radical que quer abolir o “American Way of Life”. O candidato democrata fala de “uma batalha pela alma americana”.
RFI