Sete partidos e 400 movimentos entregaram um pedido de abertura de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro, por ataques contra a saúde pública e contra a democracia e divulgaram o manifesto “Impeachment popular para salvar vidas”.
O pedido foi entregue por deputados de PSOL, PT, PC do B, PCB, UP (Unidade Popular pelo Socialismo), PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e PCO (Partido Causa Operária).
Enre os movimentos que apoiam o pedido de impeachment estão MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Frente Povo Sem Medo, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento Negro Unificado (MNU), Associação Brasileira de Travestis e Transexuais (ANTRA), Policiais Antifascismo, Católicas pelo Direito de Decidir, coletivo de juventude Afronte.
PSOL salienta que é a “maior articulação do Brasil para derrubar Bolsonaro e seu governo genocida”:
A revista Fórum refere que o pedido é também subscrito por juristas "renomados", como Celso Antônio Bandeira de Mello, Silvio de Almeida, Caroline Proner e Pedro Serrano. Destacam-se as lideranças de movimentos sociais, como Guilherme Boulos, líder do MTST, que esteve em Brasília:
Até agora, já foram entregues na Câmara de Deputados do Brasil diversos pedidos de destituição de Bolsonaro, 38 segundo o “Público”. No entanto, este é o primeiro que junta vários partidos e um amplo conjunto de movimentos sociais.
Impeachment popular para salvar vidas
O manifesto divulgado pelos subscritores da petição começa por apontar que “o Brasil vive duas crises gigantescas que se alimentam entre si: a pandemia do novo coronavírus e a crise política de um governante incapaz, irresponsável e insensível as milhões de vítimas”.O documento denuncia que “o presidente da República se torna o principal inimigo das regras elementares de isolamento social para a contenção da pandemia, zomba das dores do povo, ao mesmo tempo, em que ensaia um golpe contra as liberdades democráticas e suas instituições. Sua conduta piora o quadro geral, estimulando aglomerações, menosprezando o perigo e coincidem com a diminuição do isolamento em muitos estados do Brasil”.
Considerando que Bolsonaro se tornou responsável pelo agravamento da epidemia, pela saturação dos sistemas hospitalares e pelo aumento das mortes, o manifesto afirma que os seus atos constituem crimes comuns de “advocacia administrativa, falsidade ideológica, prevaricação, perigo para vida e saúde de outrem, infração de medida sanitária preventiva e corrupção, todos crimes contra a Administração Pública e de improbidade administrativa”.
“Diante da pandemia, ficou ainda mais evidente o perfil genocida e irresponsável do Presidente Jair Bolsonaro”, assinala o documento, terminando por apelar “a todas e todos os brasileiros a se somarem nessa luta para salvar vidas e a democracia brasileira”.
Esquerda