Em outubro de 2018, nas vésperas do segundo turno o então presidenciável Jair Bolsonaro prometera, se eleito, um governo saudosista e retroagir cinquenta anos na História.
Na época, o Blog do Esmael anotou uma entrevista do candidato à Rádio Jornal, de Barretos (SP), em que ele disse que pretendia fazer o Brasil “ser igual há 40, 50 anos atrás” em um eventual governo seu.
Ato contínuo, um dia depois, o economista Márcio Pochmann registrou seu espanto diante da iminente escolha que os brasileiros fariam dali a 12 dias.
“Insatisfeito com regressão de 20 anos em 2 de Temer, Bolsonaro deseja retroagir o Brasil em 50 anos, voltando a década de 1960, quando não havia SUS, previdência excluía idosos, apenas 2% dos jovens na universidade, pobreza atingia 50% do povo e carteira do trabalho era mito.”
Bolsonaro fez a promessa, Bolsonaro cumpriu.
Ainda não há dados oficiais, mas produção industrial do mês de maio deve recuar para o nível dos anos 70. Ou seja, um recuo de 50 anos.
A produção industrial brasileira desabou em abril/2020 e voltou para o nível dos anos 1980. Em abril de 2020, a indústria brasileira recuou 27,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma que o nível de utilização da capacidade de produção da indústria brasileira caiu para 49% em abril.
Para o site Valor Adicionado, a pandemia de coronavírus justifica a queda expressiva de abril, mas 40 anos de desindustrialização também contribuíram para o retrocesso aos anos 80 (tendo em vista que a indústria cresceu muito pouco nas últimas quatro décadas).
Embora tenha assumido o cargo há um ano e cinco meses, Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiram a proeza de acelerar a pauperização da sociedade brasileira, bem como a degradação da indústria e do comércio.
Naqueles tempos, nos anos 70, prevalecia a ditadura militar, as torturas e sumiços de pessoas, a censura na imprensa e a proibição de manifestações nas vias públicas.
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