BOLSONARO MANDA PARA O CONGRESSO LIBERAÇÕES RECORDES DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS


Por Gabriel Barbosa

Cerca de 440 estações de rádios comunitárias receberam autorização do presidente Jair Bolsonaro para funcionar. Grande parte das emissoras estão nas regiões periféricas e rurais do Brasil e uma fatia considerável terão suas concessões renovadas.

As autorizações foram despachadas por Bolsonaro para o Congresso Nacional, o número supera as liberações feitas em 2013 pelo governo Dilma. Na época, a petista enviou 302 autorizações para registro.

Porém, o Estadão/Broadcast apurou que existem suspeitas de que as emissoras liberadas por Bolsonaro tenham influência e exerçam atividades políticas. Segundo o levantamento, os donos dessas emissoras tiveram ou possuem vínculos com partidos do Centrão como PL, PSD, PSC, PROS, PP, Patriota e Republicanos. Alguns desses dirigentes já disputaram eleições para vereador e prefeito.

No total, são 4,6 mil rádios comunitárias em atividade no Brasil. O último recorde para liberação dessas emissoras aconteceu em 2009 no governo do ex-presidente Lula (PT) que despachou 630 pedidos de funcionamento.

Na campanha, Bolsonaro denunciava que as rádios comunitárias seriam supostamente uma espécie de porta-vozes dos governos petistas. Porém, a narrativa mudou e agora o Planalto tenta superar às liberações de Lula. Contudo, o governo Bolsonaro busca formar uma rede de emissoras comunitárias que sejam simpatizantes do governo. Por isso que a liberação de outorgas também é visto como moeda de troca com parlamentares.

A lei que autorizou o funcionamento das rádios comunitárias foi sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na teoria, as rádios teriam o controle das associações comunitárias, mas na prática são manipuladas como cabos eleitorais e fogem do conteúdo comunitário e popular. Vínculos comerciais também são recorrentes nestas emissoras, mesmo que a legislação proíba a propaganda.

O Cafezinho

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