A atriz Olivia de Havilland, em París em 8 de abril de 1970. AFP/Archivos |
Inesquecível em sua atuação em “...E o Vento Levou”, Olivia de Havilland, duas vezes vencedora do Oscar, marcou a história do cinema e de Hollywood pela força de sua personalidade. No clássico de 1939 — criticado atualmente pelo movimento antirracista —, ela atuou ao lado de Vivien Leigh, que viveu a protagonista Scarlett O’Hara, interpretando o papel da rival Melanie. Mas não foi por este longa que ela levou a estatueta. A atriz, nomeada três vezes, foi recompensada por "Só Resta Uma Lágrima" (1946) e "Tarde Demais" (1949).
Mulher livre
Olivia de Havilland era uma mulher livre que não hesitou em entrar na justiça contra os poderosos produtores de Hollywood. Em 1943, processou a Warner Bross para reduzir o poder do estúdio de cinema sobre sua carreira, ganhou e criou jurisprudência aumentando a liberdade dos atores e atrizes.
Ela era irmã de uma outra estrela de Hollywood, a atriz Joan Fontaine, com quem ela tinha uma relação de rivalidade. Os problemas entre as duas começaram em 1941 quando as duas foram nomeadas ao Oscar e Olivia perde a disputa para a irmã, recompensada pelo filme “Suspeita” de Alfred Hitchcock.
Olivia de Havilland nasceu em 1° de julho de 1916 e era a segunda atriz mais velha do mundo, depois de Renée Simonot, mãe da francesa Catherine Deneuve. Ela começou sua carreira em 1935 e atuou em cerca de 50 filmes, muitos deles ao lado de Errol Flynn.
A partir dos anos 1950 e 1960, ela começa a trabalhar menos e decide encerrar a carreira cinematográfica em 1979, após uma participação no clássico do cinema catástrofe “Aeroporto 77”, ao lado de Jack Lemmon. Mas continuou atuando na televisão, tendo vencido um Emmy e um Globo de Ouro pela minissérie "Anastácia: O Mistério de Ana" (1986).
França
A atriz vivia há anos em Paris. Ela afirmava que a França “era o único país onde se sentia em casa”. Em 1965, ela foi a primeira mulher a presidir o júri do Festival de Cannes. Em 2010 recebeu a Legião de Honra da França e em 2011 foi aplaudida de pé na cerimônia do César, a premiação máxima do cinema francês.
A atriz americana, radicada na França, Olivia de Havilland (centro) na cerimônia de entrega do prêmio César, em 24 de fevereiro de 2011, em Paris. AFP/Archivos |
Há dois anos, isto é, aos 102 anos, mostrando que matinha sempre intacto seu espírito de liberdade, Olivia de Havilland processou o canal FX que ela acusou de ter sujado sua imagem na série “Feud”.
RFI