As imagens das aglomerações nos bares do Leblon são um exemplo do comportamento bárbaro estimulado pelo próprio presidente da República
Bolsonaro em cerimonia esta semana no Planalto - Foto Orlando Brito |
Só que nem tanto. O presidente manteve a obrigatoriedade em vias públicas, transporte coletivo e espaços públicos ou privados acessíveis ao público, mas cortou todo o trecho que citava as igrejas, escolas, estabelecimento comerciais e industriais. A alegação é de que, ao citar “demais locais fechados em que haja reunião de pessoas”, o texto é vago demais e poderia representar uma “violação de domicílio”
Número de vítimas fatais causado pela Covid no Brasil cada vez crescente – Foto Orlando Brito |
Com base nessa firula, que dificilmente seria questionada judicialmente, Jair Bolsonaro elimina o último baluarte de proteção coletiva contra a Covid-19. O presidente, que já dá péssimo exemplo ao não usar máscara em seus passeios e em aglomerações que promove – inclusive dentro do Planalto -, agora chancela o mau comportamento nas escolas, lojas, igrejas, etc. Liberou geral, e um dia Bolsonaro terá que explicar por que aos contaminados e às famílias dos que se contaminarem e não resistirem.
O Congresso pode – e deve – derrubar esse veto presidencial, mas quanto tempo levará para isso? Até lá, quantos brasileiros terão ido às compras sem máscara e adoecido neste momento em que os números do crescimento do coronavírus teimam em não se adaptar à irresponsabilidade de governadores e prefeitos que suspendem as medidas de isolamento?
As imagens das aglomerações na reabertura dos bares do Leblon são um exemplo claro do comportamento bárbaro que começa a se espalhar pelo país – e que recebe do presidente da República seu mais importante estímulo.
Os Divergentes